terça-feira, 28 de junho de 2011

Trágica recordação.


TRÁGICA RECORDAÇÃO

Meu Deus! meu Deus! quando me lembro agora
De o ver brincar, e avisto novamente
Seu pequenino Vulto transcendente,
Mas tão perfeito e vivo como outrora!

Julgo que ele ainda vive; e que, lá fóra,
Fala em voz alta e brinca alegremente,
E volve os olhos verdes para a gente,
Dois berços de embalar a luz da aurora!

Julgo que ele ainda vive, mas já perto
Da Morte: sombra escura, abysmo aberto...
Pesadêlo de treva e nevoeiro!

Ó visão da Creança ao pé da Morte!
E a da Mãe, tendo ao lado a negra sorte
A calcular-lhe o golpe traiçoeiro!

Teixeira de Pascoais



Teixeira de Pascoais é o pseudônimo que Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos usou para assinar sua obra literária. Nascido no dia 2 de novembro de 1877 em Amarante - Gatão. Teixeira de Pascoais formou-se em direito pela Universidade de Coimbra no ano de 1901. Depois disso, exerceu a profissão de advogado na cidade de Amarante e no Porto. Essa atividade, no entanto, nunca o impossibilitou de seguir também a carreira literária, cuja estreia ocorreu no ano de 1897 com a coletânea de poesias intitulada "Sempre". No ano de 1912, à frente da Revista "A Águia" e do movimento Renascença Portuguesa, difundiu a doutrina do Saudosismo, que foi encarada como uma atitude perante a vida que definia a "alma nacional". O Sebastianismo divulgado por Pascoais influenciou muitos escritores portugueses do início do século XX. Dentre eles destaca-se Fernando Pessoa. O Saudosismo de Pascoais, no entanto, não dura muito tempo: em 1919, por considerarem Pascoais "utópico" e "passadista", alguns integrantes rompem com o grupo Renascença Portuguesa, o que acarreta no aparecimento do grupo "Seara Nova". Anos antes o próprio Fernando Pessoa já havia abandonado o grupo para dar novos rumos a sua poesia. Teixeira de Pascoais morreu no dia 14 de dezembro de 1952 em Amarante. A enciclopédia Barsa define Teixeira de Pascoais como o "principal inspirador do saudosismo sebastianista em Portugal início do século XX".
Títulos

Fonte: http://www.portaldaliteratura.com/

7 comentários:

chica disse...

Trágica recordação trazida em linda poesia! abraços,ótimo dia,aqui muiiiiiiiito frio! chica

Everson Russo disse...

Um poema forte, sombrio, uma trágica recordação em versos,,,belo dia pra ti meu amigo...abraços...

Tais Luso de Carvalho disse...

Muito lindo, puro sentimento de dor e também de saudade, recordando...
Mais uma vez uma postagem brilhante.

Um beijo, amigo.
Tais Luso

L'angolo di raffaella disse...

Versi forti ed intensi che esprimono con profondità una tragedia.
Ottimo post, come sempre.
Apprezzo Pereira e Pessoa... de grandi.
Un saluto

Lou Witt disse...

Que triste, amigo. Até dói ao ler.

Beijinhos

Unknown disse...

Rosemildo vim conhecer e ler artes e emoções, fazer companhia ao amigo me juntando aos antigos, como atual e esperar os futuros ao seu lado... Agradecer a visita e deixar um abraço no seu coração!

Anônimo disse...

Bom dia presado amigo, vim agradecer a voce por sua linda presença no meu cantinho e fazer parte dos meus 200 seguidores! Venha pegar o selinho dos 200 seguidores que eu fiz com muito carinho. Tenha um lindo dia
Abraço fraterno!
Maria Alice