quinta-feira, 8 de agosto de 2013

É tarde.




É TARDE
 
Na sombra, assim, esconde-te alma triste,
não procures o sol que esplende, fora,
Oh! Não te aquecerá, da tua aurora,
do teu dia de luz, já nada existe.
  
Se a um raio ousado e quente o selo abriste,
se a tua noite te hororisa agora,
pensa que é tarde, e soluçando chora
que as lágrimas são bálsamo. Resiste
 

Lembram-te sei, alfombras orvalhadas
todas cheias de luz e de violetas,
as pombas pelo azul em revoadas,
 
as ondas do mar alto, irrequietas,
as montanhas ao longe, iluminadas...
Morre! Mas cala as máguas indiscretas.

Adelina Amélia Lopes Vieira

Adelina Amélia Lopes Vieira (Lisboa, Portugal, 1850 — Rio de Janeiro 1922.). Formou-se professora pela Escola Normal no Rio de Janeiro, por volta de 1870. Em 1886 ocorreu a publicação de seu livro Contos Infantis, escrito com a irmã Júlia Lopes de Almeida , reunindo 31 contos em verso de sua autoria. Em 1899 atuou como colaboradora de A Mensageira, "revista literária dedicada à mulher brasileira", dirigida por Presciliana Duarte de Almeida. No começo do século XX, escreveu as peças teatrais A Virgem de Murilo, As Duas Dores, Expiação, e traduziu a comédia teatral A Terrina, de Ernesto Hervelly. Adelina Lopes de Almeida escreveu obra pioneira da poesia infantil brasileira; junto a outros intelectuais, como Francisca Júlia e Olavo Bilac, ajudou a criar literatura para crianças genuinamente nacional


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4 comentários:

chica disse...

Não lembro se já li algo dela aqui! Linda, profunda poesia! abraços,chica

Wanderley Elian Lima disse...

Oi Rosemildo
Um belo poema, que mais parece um lamento. Não conhecia a autora.
Abraço

Daniel Costa disse...

Rosemildo

Desconhecia a poetisa, teor do poema não engana.
Mais uma vez, me agradou ler a pequena biografia.
Abraço

Luján Fraix disse...

Bello poema querido amigo. Gracias por visitarme, eres bienvenido siempre.
Un beso y un abrazo desde argentina.